Ele caminha em meio a vales desolados
Sozinho
Olhar cansado e passos pesados
Em um perigoso caminho
Cercado por hienas astutas
E vorazes caçadores
Ele olha ao redor, a tudo perscruta
Porém nada teme, apesar das dores
A sua pele é tatuada com cicatrizes
Marcas de uma vida com integridade
Lembranças de dias infelizes
Que forjaram a sua tenacidade
As suas pegadas destilam sangue
A sua jornada é por inóspitos lugares
As adversidades o tornaram grande
A sua alma superou os pesares
Escassas são as suas horas de sono
Mas o seu descanso é pacífico e profundo
Do seu destino, ele se fez dono
Seguiu os seus princípios, mesmo contra o mundo
Enquanto a turba de inimigos se aproxima
Ele abre um sorriso
A desvantagem no combate não o desanima
Ele se sente pronto para o seu destino
Não será dócil o seu encontro com a morte
Uma inexplicável pujança o conduz
Mesmo com o corpo traspassado, ele se faz forte
Clamando, rugindo contra o apagar da luz
Eu nunca vi um animal selvagem sentir pena de si mesmo
A imagem de capa é a obra do pintor indonésio Raden Saleh (1811 - 1880) chamada "Leão Ferido" (Wounded Lion)
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