Mergulhei em mim mesmo
Deixo o meu corpo inerte nessa água turva
Me distancio da superfície sem qualquer chance de ajuda
Lá em cima as vagas agitam o mar aberto
Aqui embaixo predomina um silêncio inquieto
Sensação de que a paz nunca nadou aqui por perto
A luz já não alcança essa profundidade
Sinto medo das criaturas que posso encontrar
Solto um grito mudo ao entender uma dolorosa verdade
Nesse oceano que me pertence, não sei nadar
Ignorava esse abismo desprovido de claridade
Por fim encontrei minha Moby Dick nessa voragem
Lúcidos são os meios, motivos e objetivos da minha viagem
Visitar o coração da escuridão é um ato de coragem
Águas estranhas
Minhas entranhas
Mergulhei em mim mesmo
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