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Mar Morto

Mar Morto

Vastidão vazia

Habitada por criaturas de olhar absorto

Que flutuam com apatia

Lugar estranho, ambiente líquido

Tudo se promete, nada permanece

Nada se promete, tudo é relativo

Tudo desaparece, nada prevalece

Todos nadam, mas sem sentido

Vidas efêmeras que se desvanecem


Eu luto para ir no sentido contrário

Em direção ao fundo eu tento mergulhar

Não há corrente nesse mar nefário

Água densa, é impossível afundar

Mas a vida dessas criaturas foi a pique

Se tornaram escravos dos próprios medos

Disfarçam as suas dores com arrebiques

Filtros que tornam os seus rostos ledos

Ocultando em si um fenecimento triste

Fantasmas fugazes que desaparecem cedo


Olho nos seus olhos

Não há vida

Tento ler as suas almas

Não há escrita

Tento sentir seus corações

Não há batida

Seres rasos

Apáticos

Opacos

Fracos


Enquanto flutuo nesse mar morto

Em meio a esses seres ausentes

Reflito sobre o presente

Sobre presenciar o presente

Sobre me presentear com o presente

O Aqui

O Hoje

O Agora

Isso me basta

E me revigora

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