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[Semana 42/52] Panorama semanal

A imagem de capa é a pintura Deseperé (1843 - 1845) de Gustave Courbet, uma referência aos investidore(a)s que passaram a semana com essa expressão ao abrirem o Home Broker da corretora.

 
“Podem ficar tranquilos, o Brasil não tem o menor risco de dar certo.”

A frase atribuída a Roberto Campos (avô do atual presidente do Bacen) voltou a ecoar na cabeça de muitos brasileiros no decorrer dessa semana.


Na quarta, o governo anunciou o “Auxílio Brasil”, programa de transferência de renda que substitui o Bolsa Família, ampliando também o seu alcance. A proposta prevê um reajuste de 20% no valor recebido pelas famílias contempladas, além de prover um benefício transitório de R$ 400 ao longo de 2022 (e aqui começa o problema).


O primeiro ponto é a motivação do programa. 2022 é ano eleitoral com um pleito que deve ser polarizado e estressante. Bolsonaro está com um índice de aprovação nas mínimas e tem como principal adversário o ex-presidente Lula, figura fortemente associada às camadas mais pobres e que deve se aproveitar da narrativa de perseguição para construir o seu discurso. Adicionando a essa equação o péssimo desempenho do país no combate ao coronavírus, inflação galopante e crise energética, fica fácil entender o lugar do Auxílio Brasil como medida populista no momento.


O segundo ponto é a implementação do benefício, a qual seria impensável se o teto de gastos estabelecido em 2016 fosse respeitado de fato. Aparentemente, não será. O próprio ministro Paulo Guedes admitiu uma manobra de “contorno” em relação ao limite previsto. A situação não só abalou o mercado como também desencadeou saídas importantes da equipe econômica.


Não bastasse esse cenário complicado, o presidente também anunciou uma ajuda financeira aos caminhoneiros autônomos, também de R$ 400. O objetivo da medida seria compensar o aumento do diesel, mas o anúncio foi recebido de forma extremamente indigesta pela categoria, que interpretou o ato como “migalha” e sinalizou uma paralisação nacional em 01/11.


A reação no mercado não poderia ser diferente: o Ibovespa teve a pior semana dos últimos 7 meses com queda de -7,28%. A entrevista coletiva com o presidente e o ministro na sexta abrandou os ânimos, mas só momentaneamente, pois a tensão entre Guedes e Bolsonaro permanece. O índice brasileiro já acumula uma desvalorização de quase -20% em 3 meses e começa a se aproximar dos 100 mil pontos.


O dólar vem na contramão do Ibovespa e volta a flertar com o patamar de R$ 5,75 depois de 7 meses:


O que faltou aos investidores nesses últimos dias (além de dias positivos na carteira)? Segundo o presidente ... patriotismo


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