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[Semana 24/52] Panorama semanal


Cenário internacional


A expansão da influência chinesa incomoda não só os Estados Unidos, mas também as democracias europeias e o Japão. O One Belt One Road, estratégia da China voltada para o financiamento de projetos de infraestrutura em países asiáticos, tem sido o principal alvo de preocupação do G-7 dado o seu potencial de alcance global.


Não por acaso, os sete países mais industrializados do mundo decidiram implementar uma iniciativa denominada Build Back Better World (B3W, que obviamente dá pra confundir com a B2W Marketplace, empresa de varejo brasileira) para rivalizar o projeto chinês.


Segundo os proponentes, o plano tem a prerrogativa de oferecer uma infraestrutura baseada em valores, de alto-padrão e transparente, o que seria diferente da versão chinesa, criticada pela ausência de governança e "diplomacia da dívida", devido à situação que os países participantes do One Belt One Road se encontram atualmente.


E não parou por aí. A ambição chinesa também foi tema central na reunião da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte), aliança militar formada por 30 países, dos quais 27 são europeus, além de Turquia, Canadá e Estados Unidos. O presidente Biden foi incisivo a respeito dos "desafios sistemáticos" representados pela China contra os membros da aliança.


Além de oposição contra ameaças externas, a reunião da OTAN teve espaço para aproximações entre os seus membros. O presidente turco Erdogan se mostrou otimista após uma conversa direta com o líder estadunidense Joe Biden. O tête-à-tête ocorreu pouco tempo após o reconhecimento pelos Estados Unidos do genocídio armênio pelos turcos em 1915, atitude que golpeou o ego (que não é pequeno) de Erdogan.


E para fechar a volta à Europa, Biden encontrou o presidente que é considerado por muitos um inimigo dos Estados Unidos: Vladmir Putin. A conversa, no entanto, foi classificada como "construtiva" pelo russo e "positiva" pelo estadunidense.


Enquanto isso, o Fed era o centro das atenções em solo estadunidense, pelo menos para os investidores. O banco central do país manteve, como esperado, a taxa de juros no patamar de 0% a 0,25%, afirmando na figura do seu presidente, Jerome Powell, que deve se praticar a paciência nesse momento.


O FOMC (Comitê de Política Monetária) avalia que mais dados são necessários para um diagnóstico apropriado sobre a situação econômica do país. Nesse ínterim, o Fed se mostrou disposto a suportar uma inflação mais alta, desde que temporária.


Muitos analistas e investidores veem o cenário de forma diferente. A distância entre Fed e mercado fica cada vez maior.



Cenário doméstico


Diferentemente do seu par estadunidense, o Bacen cumpriu as expectativas e elevou a SELIC em 75 bps, de 3,50% para 4,25%. A avaliação é de que o COPOM está fazendo o dever de casa, mas com atraso na entrega. Com uma inflação na faixa dos 8%, a taxa real de juros da economia continua em terreno negativo.


No comunicado após a decisão, o COPOM demonstrou apreensão com a possibilidade de normalização monetária frente à crescente inflação nas economias avançadas. Além disso, a equipe sinalizou que a próxima reunião deve ter novo ajuste de, no mínimo, 75 bps. Isso porque, segundo o comunicado, caso o cenário de inflação se deteriore, o aumento da SELIC deverá ser ainda maior.


A evolução da taxa de juros neste ano lembra uma escada. Até onde vão esses degraus?

 

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