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[Semana 18/52] Panorama semanal


Cenário internacional


Não se sabe se o mercado de trabalho dos Estados Unidos pisou no freio ou se os economistas estão com suas projeções longe da realidade. Fato é que o Payroll de abril veio muito, mas muito abaixo da expectativa. O resultado encerra a série de dois meses com números acima do esperado. Destaque para o setor de serviços, que decepcionou em face da potencial retomada da atividade possibilitada pelo avanço da vacinação no país.

O ex-secretário do Tesouro, Larry Summers, apontou que o resultado reflete a escassez de mão-de-obra, que deve refletir em aumento de salários para aumentar a atratividade de trabalhadores, que deve também refletir no nível de preços. Summers é um dos economistas mais vocais a respeito do risco inflacionário nos Estados Unidos.


Neel Kashikari, um dos membros do Fed, acredita que o Payroll de abril reflete um cenário de longo caminho para a recuperação dos Estados Unidos, algo já esperado pelo banco central do país, que aparentemente acaba de ganhar mais um argumento para manter o estímulo monetário por mais tempo.


Em uma linha de pensamento parecida com a de Summers, El-Erian acredita que o Fed deveria fazer o contrário: reduzir o grau de estímulo (tapering) visando maior estabilidade financeira e controle da inflação.


Várias opiniões e nenhuma certeza. Um Payroll pra lá de polêmico.

 

Confrontos, morte e renúncia de ministro. A Colômbia mergulhou no caos com uma proposta de reforma tributária para financiar gastos públicos. O projeto, que aumentava a carga de impostos para a classe média, sofreu forte rejeição da população e causou uma onda de protestos no país.


Dezenas de mortes já foram registradas e a percepção é de que há um uso excessivo de força por parte dos policiais para conter os manifestantes. A proposta já caiu, o ministro da Economia renunciou e o da Defesa afirma que tem um dedo das FARC no protestos. Tudo isso em meio à uma grave pandemia que torna o país o terceiro com maior número de casos na América do Sul, atrás apenas de Brasil e Argentina.

 

Cenário doméstico


No Brasil se iniciaram os trabalhos da CPI da Covid com depoimentos de três dos últimos quatro ministros da saúde no governo Bolsonaro (um deles ocupando a cadeira atualmente).


A declaração mais aguardada era a de Luiz Henrique Mandetta na terça (04/05). O ex-ministro afirmou que as recorrentes entrevistas diárias na época visavam ocupar o vácuo causado pela falta de uma campanha de comunicação oficial. O ponto de maior atenção, no entanto, foi a informação de que o Planalto tentou mudar a bula da cloroquina, tornando-a recomendável para o coronavírus.


Na quarta (05/05), foi a vez de Nelson Teich, substituto de Mandetta que teve uma passagem relâmpago (28 dias) pelo atual governo. Na sua versão foram expostos os mesmos problemas apontados por Mandetta: falta de autonomia e insistência na cloroquina.


Na quinta (06/05), o atual Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, foi à comissão mais preocupado em manter seu emprego que responder as perguntas dos senadores com clareza. Sobre a cloroquina, foi evasivo.


No dia seguinte, o próprio Queiroga acompanhado por Paulo Guedes se encontrou com o embaixador da China para discutir o fornecimento de vacina e, principalmente, emendar a relação entre os países após a fala de Bolsonaro insinuando que o coronavírus faz parte de uma "guerra química bacteriológica e radiológica" de interesse da China, já que foi o único país a crescer o PIB em 2020. Declaração pra lá de "trumpista".


E Pazuello? O nome mais aguardado pela comissão era esperado essa semana, mas deve comparecer aos trabalhos da CPI apenas no dia 19. O ex-ministro afirmou ter tido contato com pessoas infectadas recentemente. Talvez naquela ida sem máscara a um shopping de Manaus? Pode ser.


De Brasília saiu outra notícia relevante na semana: o COPOM aumentou a SELIC em mais 0,75% conforme sinalizado na reunião anterior, levando a taxa básica de juros para 3,50%. No comunicado de imprensa após a decisão, o Bacen fez questão de manter sua postura hawkish, indicando mais um aumento de 0,75% na próxima reunião.


Apesar de parcial, a normalização da política monetária tem ocorrido em ritmo acelerado, passando a impressão de que o Banco Central está atrás da curva. E está mesmo. O juro real no Brasil (juro nominal de curto prazo - inflação) está negativo desde julho/2020 e essa diferença tem crescido nos últimos meses com a alta dos preços (medida pelo IPCA).


Ruim para o(a) investidor(a) que não busca exposição a ativos de mais risco visando maior potencial de retorno sobre o seu capital.


O Ibovespa teve alta de +2,64% na semana e fechou o período na faixa dos 122 mil pontos, acima da máxima pré-pandemia, mas ainda abaixo do pico histórico. Será que agora vai?


Fonte: TradingView

 

Fonte da imagem de capa: https://www.canon.pt/business/insights/articles/business-automation-tips/

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