Nada
Abro as palmas das mãos em direção aos céus, mas não há gota
Procuro nos galhos das árvores e não encontro um fruto sequer,
Não há um assento para repousar,
Nem vento para acarinhar meu rosto cansado,
Meu pão é o vazio,
Minha fome não me causa dor
Meus olhos não conseguem veter lágrimas,
Minha boca não emite voz,
Meus passos não são adiante,
Não há direção que eu deseje tomar,
O som não move o meu cerne,
Meus joelhos trôpegos são atráidos pelo solo,
Não sei se há um coração vivo dentro de mim,
Me sinto envolvido por um denso vazio,
Uma umbra que envolve o meu corpo dormente,
Uma escuridão que me abraça com força,
Enleio de teias e tramas compostas de nulidade,
Um silêncio que me desperta do mais profundo
Nada
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