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Agenda Econômica da Semana - 09/03 a 13/03

A semana já se inicia com a expectativa de quedas fortes nas bolsas ao redor do mundo, havendo já a possibilidade de território de Bear Market (quando os preços dos ativos caem mais de 20% em relação ao último pico). Na agenda econômica da semana, os resultados mais relevantes estão relacionados à inflação e política monetária:


  • Segunda-feira (09/03): Taxa de inflação de fevereiro na China;

  • Quarta-feira (11/03): Taxa de inflação nos Estados Unidos e no Brasil (IPCA) referente a fevereiro; relatório mensal da OPEP (Organização dos Países Produtores de Petróleo);

  • Quinta-feira (12/03): Decisão de taxa de juros do Banco Central Europeu (ECB). A expectativa inicial é de que o indicador seja mantido no patamar de 0%. Apesar disso, é esperado que a autoridade monetária europeia anuncie alguma forma de estímulo monetário adicional em função dos efeitos do coronavírus.


Pandemia: O contínuo avanço do COVID-19 mundo afora tem provocado um forte movimento de aversão ao risco. As bolsas de valores despencaram no decorrer da semana, enquanto os rendimentos nos títulos estadunidenses com maturidade de 10 anos (10 year Treasury yields) chegaram às mínimas históricas, abaixo de 1,0%, demonstrando o movimento de "flight to quality" dos investidores.


Brasil: Os mercados emergentes tem sofrido com esse cenário, incluindo o Brasil: o Ibovespa perdeu o nível de 100.000 pontos e o dólar já está acima de R$ 4,60. A retirada de recursos estrangeiros da bolsa já é a maior da série histórica, iniciada em 2004. Fatores internos acentuam esse quadro negativo para o mercado brasileiro: economia com crescimento anêmico, lentidão na aprovação de reformas fiscais e fraca recuperação do mercado de trabalho.


Esforço sincronizado: Na última terça (03/03), Ministros das Finanças do G-7 realizaram uma conferência para discutir planos de ação visando combater as consequências econômicas do coronavírus. Horas depois o Fed promoveu um corte emergencial de 50 bps na taxa de juros dos Estados Unidos, algo que não ocorria desde a crise financeira de 2008. Outros quatro bancos centrais reduziram juros durante a semana: Austrália (-0,25%), Malásia (-0,25%), Arábia Saudita (-0,5%) e Canadá (-0,5%).


Resta saber se estímulos monetários serão suficientes para enfrentar um risco de pandemia que tem características de choque tanto de oferta quanto de demanda.


Petróleo: Tendo em vista a queda na demanda por petróleo, a OPEP (Organização dos Países Produtores de Petróleo) havia proposto o maior corte na produção da commodity desde 2008 em reunião na quinta (05/03). No entanto, o plano foi rejeitado pela Rússia e as negociações falharam. Em decorrência disso, a Arábia Saudita decidiu iniciar uma guerra de preços através da principal companhia do país, a Saudi Aramco: serão aplicados descontos na venda do petróleo e a produção do passará a ser de 10 milhões de barris por dia em abril. Contratos futuros do ativo tiveram nesse domingo (08/03) a maior queda desde 1991.


Em resumo: vai ser mais uma semana intensa e de forte volatilidade nos mercados internacionais.

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